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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Um brinde ao novo e melhor: In Vino Viajas começa 2017 com nova imagem, em novo endereço, mais moderno, mais elegante e com mais serviços; este é o último post aqui.

 
Por Rogerio Ruschel (*)
Estimado leitor ou leitora: bem-vindo ao Ano Novo de 2017 e ao novo In Vino Viajas. Depois de quatro anos e meio de crescimento seguro e rápido, In Vino Viajas vai começar o ano mais bonito, mais moderno, mais elegante, mais dinâmico e com mais serviços em um novo endereço que você vai conhecer em http://www.invinoviajas.com/ Hoje In Vino Viajas tem leitores em 136 países, especialmente no Brasil, Estados Unidos e Portugal, pessoas de bom gosto que apreciam histórias que divertem, informam e sensibilizam – veja abaixo o quadro com os 5 países com maior número de visualizações.
No novo endereço as mudanças começam pela plataforma, de Blogspot para Wordpress, o que vai permitir mais agilidade na publicação e melhor leitura em aparelhos móveis como celulares, tablets e smartwatches e em equipamentos convencionais como desktops, notebooks e handhelds. Eu, que sou o editor, vou ganhar uma série de novos recursos para trabalhar e isso aos poucos vai se transformar em muitas novidades para os leitores.
Alem das facilidades operacionais, o novo In Vino Viajas será uma plataforma de internet incorporando vários recursos que vão dinamizar o jornalismo de qualidade que o levou a ser o mais importante site de cultura do vinho da America Latina, entre os quais:
·      um canal próprio no Youtube para que possamos transmitir eventos e festas populares, publicar cursos, fazer matérias on-the-road e entrevistar pessoas que fazem a cultura do vinho mais dinâmica e mais importante para todos;
·      um endereço exclusivo no Instagram para publicar imagens, quadros e estatísticas para profissionais, mostrar as melhores fotos de nossas viagens e publicar as fotos dos nossos leitores que queriam compartilhar suas lembranças;
·      uma plataforma de captação, formatação e envio de endereços eletrônicos de leitores e pessoas interessadas na cultura do vinho, no enoturismo e no turismo de qualidade que vai permitir o compartilhamento de reportagens jornalísticas na forma de newsletters e revistas eletrônicas;
·      canais próprios no Facebook e Twitter para estreitar relacionamento com amigos e leitores, todos pessoas de muito bom gosto que viajam por lugares incríveis e que poderão compartilhar sua alegria de viver.
Até o fim de novembro de 2016 In Vino Viajas havia publicado 430 reportagens e atingido o número de 33.882 acessos por mes – veja o quadro abaixo.
Com estes novos canais vamos poder ampliar o leque de cobertura, aumentar a base de leitores, atender segmentos específicos de interesse e oferecer serviços de jornalismo, comunicação e promoção de maneira mais objetiva para comunidades, entidades representativas, empresas e instituições associativas, setoriais e de desenvolvimento. Atualmente já oferecemos alguns desses serviços e estes novos recursos nos ajudarão a manter a independência econômica que se traduz em jornalismo independente, profissional e de qualidade. Entre estes serviços estão:
·      Ampliação da oferta de cursos e palestras do editor, Prof. Rogerio Ruschel (na foto abaixo), em eventos regionais, congressos, seminários e wortkshops. Temos feito isso na America Latina e na Europa abordando temas como por exemplo: estatísticas com os melhores indicadores dos resultados do Enogastroturismo; planejamento estratégico de marketing do Enoturismo; como o marketing de território pode agregar valor ao patrimônio comunitário; lições de sucesso no marketing do Turismo; casos de sucesso no uso das mídias sociais na Promoção de Vinhos, Enoturismo e Turismo Cultural; ideias para promover um destino nas midias sociais; histórias divertidas e interessantes de 8.000 anos de cultura do vinho no mundo;
·      Publicação de reportagens contratadas. Eu mesmo, como editor, ou jornalistas de In Vino Viajas vão visitar, pesquisar, entrevistar e fotografar os patrimônios humano, histórico, cultural, econômico e social de uma região e publicar reportagens que serão lidas pelos milhares de leitores do site, mas que poderão ter um alcance multiplicado, com baixo custo, com o aproveitamento do material jornalístico nos canais de YouTube, Instagram, Facebook, Twitter e nas publicações especiais e revista eletrônica;
·      Publicação de livros impressos e e-books de caráter técnico para profissionais, como por exemplo, um livro com nossa palestra com “50 ideias promocionais bem sucedidas em enoturismo em todo o mundo” ou guias de viagens diferenciadas em regiões de alto interesse turístico ou estratégico para a cultura do vinho no mundo. O primeiro e-book sobre "5 delícias de Paris" já está disponível para você baixar, e é grátis!
Em eventos internacionais In Vino Viajas é referido como um exemplo de storytelling no jornalismo da cultura do vinho. Já publiquei 430 reportagens contando historias sobre vinhedos, vinhos, queijos, gastronomia, azeite de oliva, frios, temperos e produtos alimentícios típicos. Pesquiso no mundo inteiro, entrevisto profissionais, dirigentes e lideranças relacionadas à cultura do vinho, vinhos, enoturismo e turismo de qualidade.
Escrevo também sobre patrimônio histórico rural e urbano, arquitetura, parques, jardins, museus e eventos culturais que animam as pequenas comunidades ou agitam as grandes cidades, porque sei que isso tem valor para quem se ama e ama seu país. Como os tchecos, turcos, norte-americanos, italianos e outros cidadãos que estavam acessando In Vino Viajas ao mesmo tempo como mostra a imagem abaixo.

Escrevo sobre arquitetura de vinícolas, bares e lojas de vinhos interessantes ou curiosas; sobre novidades de enologia e viticultura e sobre marketing, para compartilhar boas ideias entre os leitores que produzem, distribuem ou vendem serviços como turismo ou produtos como vinhos e azeites. Escrevo sobre as belezas do Brasil e fico muito feliz quando vejo que pessoas do mundo inteiro lendo sobre meu país – como, por exemplo, um leitor do Uzbequistão, na Ásia Central, lendo sobre o Mercado Ver-o-Peso, de Belém do Pará (abaixo).

Escrevo sobre meio ambiente, impactos ambientais, estratégias e produtos mais sustentáveis; vinhos biológicos, orgânicos, biodinâmicos e naturais e vejo que a cada dia mais leitores querem se informar e mais organizações querem debater esse assunto, o que me leva a fazer palestras como em um curso sobre vinhos eco, micro, top e show na Universidade de Valência, Espanha, em 2015.

In Vino Viajas tem sido, desde 2012, um contador de histórias, um storyteller. E agora, a partir deste início de 2017 iniciamos esta nova fase com um site mais moderno, mais elegante, mais abrangente e com mais serviços para continuar contando estas histórias que tem conquistado o carinho de milhares de leitores, no mundo inteiro.
Obrigado pelo prestígio. Agora convido você a vir comigo e olhar para o futuro. Conheça já o novo site em http://www.invinoviajas.com/ 
Saúde!
 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Uma visita à Quinta do Seixo, da Sogrape: a impressionante beleza dos vinhedos do Douro, em Portugal, e a difícil tarefa de tentar registrá-la


Por Rogerio Ruschel (*)
Meu prezado leitor ou leitora, me recostei uma videira velha ao lado de um muro de pedra e em respeitoso silêncio mergulhei meus olhos naquela paisagem magnífica por mais de um minuto. E nas três horas seguintes quase não consegui parar de tirar fotos, tentando aprisionar aquele cenário de beleza milenar em uma pequena e ridícula câmera fotográfica. É impressionante! Sou um jornalista experiente e só fiquei assim, sem palavras, em poucos locais na minha vida. E o Douro Vinhateiro, em Portugal, é uma dessas – e creio que impressiona todo mundo porque foi reconhecido pela Unesco como um Patrimônio da Humanidade em 2001. 
Agora imagine ter essa experiência estética conhecendo vinhedos famosos e adegas centenárias e degustando vinhos de classe mundial como os do Porto! Por isso é que o Douro vem sendo recomendado por jornais, revistas e programas de TV dos Estados Unidos e da Europa como um dos destinos imperdíveis do mundo – como eles dizem, o Douro é “astonishing”.

Estive lá no começo do inverno, em dezembro, e embora os vinhedos não tenham a beleza colorida da primavera, o movimento é menor; em 2015, só em barcos mais de 750 mil turistas estiveram lá. Fui convidado pela Sogrape Vinhos, a maior e mais premiada vinícola de Portugal, para visitar a Quinta do Seixo, uma das propriedades mais bonitas do Douro e berço do Don Sandeman, a marca de vinho do Porto com 225 anos que em 2015 vendeu 6,7 milhões de garrafas em mais de 130 países – mais de 18.000 garrafas por dia!

Vou contar esta história, mas antes seria bom você saber porque este é considerado um dos destinos imperdíveis do mundo. Localizado no Norte de Portugal, o Douro é um lugar histórico: foi a primeira região vinícola do mundo a ser uma Região Demarcada, em 1756 É um vale recortado pelo rio Douro (e afluentes) que nasce na Espanha e desagua no Atlântico, nas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, depois de percorrer 897 kms.

Hoje, depois de centenas de anos de cultivo de uvas, atividade que começou no tempo dos romanos, é uma das mais belas regiões vinícolas do mundo. Sabe aqueles lugares onde você simplesmente não consegue parar de fotografar? Pois o Douro é assim e eu não resisti, como mostra a foto abaixo.

Os vinhedos são plantados de três diferentes maneiras: em socalcos (zonas com inclinação muito elevada, geralmente com muros de xisto – como na foto acima), em patamares (terraços sem muros de suporte como na foto abaixo) e no alto (topos) e o solo é basicamente de xisto com incrustrações de natureza granítica. Pois é: o Douro tem um solo empedrado e pobre e uma dificuldade acachapante para trabalhar. Mas é de lá que vem a matéria-prima e é produzido o famoso vinho do Porto e os vinhos de mesa com a DOC Douro.

Você pode visitar o Douro de trem (comboio), de barco, de carro ou misturando as opções. Fui com o trem IR863 que leva 2:30 hs da Estação São Bento, no Porto, até Pinhão, uma pequena vila à margem direita do Rio Douro, que é o coração do Alto Douro Superior e voltei de carro com Inês Vaz, Press Officer da Sogrape.

A viagem acaba sendo rápida porque você não se cansa da paisagem e a chegada em Pinhão (acima) é uma prenúncio da beleza que está por vir: a estação de Pinhão é uma das mais bonitas de Portugal. Construída no século 19, é coberta por 25 painéis de azulejo de autoria de J. Oliveira em 1937, que representam cenas da cultura da uva e produção de vinho na região como as das imagens abaixo.
A Sogrape tem seis quintas no Douro, com um total de 486 hectares de vinhas plantadas com uvas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Barroca, Tinta Roriz e outras, sob a coordenação do enólogo Luis Sottomayor. A Quinta do Seixo fica na margem sul do rio Douro, no Cima-Corgo (Douro Superior), cerca de 15 Km da estação de Pinhão, e tem 71 hectares de vinhas plantadas nos sistemas patamares e vinha ao alto.
Propriedade da Sogrape desde 1987, a Quinta do Seixo hoje é um moderno centro de vinificação no qual são produzidos vinhos do Porto e vinhos de mesa e também tem instalações de enoturismo que oferecem visitas guiadas à adega, à loja e aos lagares robotizados com apresentações multimídia sobre o ciclo de produção do vinho, complementados por degustações, cursos e experiências turísticas em uma sala com uma vista panorâmica espetacular sobre o rio Douro – veja as fotos abaixo. 
 Você escolhe: os roteiros podem ter de 60 a 120 minutos, custam entre 10 e 38 Euros e incluir a degustação de até cinco vinhos do Porto em uma sala impecável (foto acima) acompanhados ou não de uma seleção de queijos regionais do Douro e de uma visita às Vinhas Velhas. Meu roteiro foi especializado e Eduardo Gomes-Helena, consultor em viticultura e enologia, foi meu guia na visita técnica (foto abaixo).

E por falar em visita técnica, acho justo registrar que além dos vinhos excepcionais e do cenário inesquecível, a Quinta do Seixo tem produzido também outro ativo importante: conhecimento em sustentabilidade. Gomes-Helena me falou com entusiasmo sobre este assunto: entre outras ações, a Quinta realiza monitoramento da diversidade nas videiras e no ecossistema do entorno (contando insetos, por exemplo); promove a biodiversidade plantando mudas de espécies autóctones como madressilva, rosmaninho, roselha, caril, medronheiro e espinheiro; restaura a cobertura vegetal natural e combate pragas das videiras reduzindo ao máximo o uso de produtos químicos. O técnico me falou que entre outras ações eles vem provocando confusão sexual na traça-da-uva para ela não se reproduzir mais…

Agende sua visita no site da Sogrape https://www.sograpevinhos.com/visitas/cave/4 - ou em agências de turismo especializadas de Porto. 

(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas baseado em São Paulo, Brasil, e é o autor de algumas das fotos; as demais são de Sonia Fonseca.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Porque a cultura popular brasileira, tão rica no folclore, música, artes, literatura e culinária, continua invisível no turismo?


Por Rogerio Ruschel (*)
Meu prezado leitor ou leitora, quero convidá-lo(a) a refletir um pouco sobre cultura popular, nosso patrimônio coletivo. Esta semana o Ministério do Turismo divulgou o desempenho do turismo brasileiro em termos internacionais em 2016: crescemos 5%, com 6.6 milhões de visitantes, o que é pouco, porque sediamos as Olimpíadas. Veja a série histórica abaixo.

Talvez pudéssemos melhorar nossa atratividade turística se valorizassemos coisas exclusivas do país que poderiam nos ajudar a competir com outros destinos. Por exemplo, um patrimônio cultural exclusivo - nossa rica e diversificada cultura popular - relacionada a um de nossos maiores patrimônios naturais, a água. Na foto de abertura, cena da lenda da Vitória-régia.

Pois sugeri isso recentemente em um evento internacional. Dia 5 de dezembro de 2016 fiz uma palestra no “1st International Forum on Tourism and Heritage - Water, Heritage and Sustainable Tourism – IFTH-16” organizado pela Univesidade Portucalense – UPT na cidade de Porto, Portugal – veja foto acima. O congesso reuniu palestrantes de universidades de 14 países com o objetivo de “chamar a atenção para a importância da preservação da água no turismo (e na vida em geral) que se esgota na natureza e que em muitos locais do planeta é já um grande problema”, nas palavras da Dra. Isabel Vaz de Freitas, diretora do Departamento de Turismo, Património e Cultura da UPT.  

Minha palestra foi sobre “A Amazônia Azul – A influência do patrimônio tangível e intangível dos recursos hídricos do Brasil na construção da identidade social e cultural dos brasileiros e seu aproveitamento turístico”. Para quem não se lembra, “Amazônia Azul” é o nome que a Marinha Brasileira dá ao nosso mar territorial, um conceito que expandi para todos os recursos hídricos do país nesta palestra (na foto abaixo, Anavilhanas, Amazonia).
Para o trabalho pesquisei fontes como Câmara Cascudo, Darcy Ribeiro, Silvio Romero e o Plano Nacional de Turismo 2013/2016 da Embratur para identificar os mitos e lendas da Amazônia Azul trazido pelas três etnias fundamentais da nação brasileira (índios, portugueses e negros) na cultura brasileira em geral, no folclore, música, danças populares, poesia, artes, literatura, culinária, construcão naval, etc. Na sequência avaliei como estas várias dimensões do patrimônio cultural derviado das águas no Brasil são percebidas, reconhecidas e utilizadas turísticamente pelos brasileiros. Na foto abaixo a representação artistica de Tarsila do Amaral sobre as etnias dos operários brasileiros,

Comprovei o que já sabia: nossa cultura popular é riquíssima, mas pouco valorizada e muito pouco explorada turísticamente. Grande parte de nossa cultura está ligada às águas; a própria Padroeira do Brasil (na foto abaixo, com o Papa Francisco), o maior pais católico do mundo, veio das águas, quando Nossa Senhora Aparecida foi “pescada” em 1717 no rio Paraiba do Sul. 

Temos dezenas de lendas ligadas às aguas como a lenda da Boitatá (imagem abaixo), da Cobra-Grande, da Iara ou mãe-d'água e da Vitória-régia, mas elas raramente se transformam em temas de um produto turístico.

O Brasil tem uma construção naval muito rica; como Amyr Klink já havia demonstrado, nossa arquitetura naval popular reúne tradições ibéricas, mediterrânicas, norte-européias, africanas, asiáticas e americanas e o Projeto “Barcos do Brasil” associado ao Museu Nacional do Mar (estabelecido em 1993 na cidade de São Francisco, Santa Catarina, pólo de imigração açoriana) e a três embarcações (a canoa costeira Dinamar, o saveiro de vela Sombra da Lua e a canoa de pranchão Tradição), foi reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Na literatura, poesia e música temos a realização de danças folclóricas como o frevo (acima) e fandangos no litoral, mas a maior contribuição da cultural popular na música talvez seja mesmo o samba. O samba nasceu no cais do porto do Rio de Janeiro (em Valongo, hoje local do Sambódromo, projetado por nosso talento de exportação Oscar Niemeyer) e creio que somos o único pais do mundo a ter uma canção popular utilizada como ferramenta de estratégia geopolítica: ”Esse mar é meu”, um samba de João Nogueira sobre as 200 milhas náuticas talvez incentivado pela ditadura militar no fim dos anos 60 para apoiar a decisão brasileira de aumentar seu mar territorial que “inimigos externos não queriam", e que virou tema da Escola de Samba Portela em 1981.

A importância das águas na música e na poesia inspirou talentos reconhecidos mundialmente como Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, João Marcelo Bôscoli, Tim Maia, Jorge Amado, Tom Jobim, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e muitos outros. Poucos eventos de fato valorizam isso com qualidade internacional, e um deles é a Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP (foto acima) que já conquistou o respeito internacional.

Realizamos centenas de eventos regonais e locais relacionados à água em todo o país - como as portuguesas procissões Marítimas de Nossa Senhora dos Navegantes e São Pedro, e as africanas as Festas de Iemanjá - mas temos poucos produtos turísticos de padrão internacional com foco na cultura popular. Entre estes destaco o Carnaval (que pode abordar temas relacionado à água), Círio de Nazaré e as Festas de São João – mas apenas um grande evento valoriza os mitos e lendas do reino das águas no Brasil em padrão global e de maneira permanente: o Festival Folclórico de Parintins, realizado no final de junho no coração da floresta amazônica. Para conhecer um pouco, acesse aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2016/12/festival-folclorico-de-parintins.html

Pois é, meu caro leitor ou leitora, continuamos oferecendo ao turista estrangeiro sol&mar (como na foto acima), o que não está errado, mas isto ele encontra em dezenas de países. E o que só nós temos, uma cultura popular forte, distinta, diversa e encantadora permanece invisível no turismo brasileiro e não é utilizada de maneira formal e planejada como atração turística, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros. Encerrei a palestra na cidade do Porto mostrando que mesmo negaivo isso pode ser visto de maneira positiva porque abre uma série de oportunidades para investidores, planejadores, gestores públicos e agentes de turismo no Brasil - veja abaixo. Podemos transformar essa cultura popular forte, rica e diversa de nosso país em Roteiros turísticos temáticos; Parques temáticos – ao lado de oceanários e parques de lazer; Festas regionais com maior valorização e conteúdo; Concursos e festivais gastronômicos; Competições náuticas temáticas; Museus especializados; Concursos literários tematizados e Festivais de música folclórica. 

Eu acredito que um dia alguém vai perceber isso; apenas gostaria que fosse um investidor brasileiro. 
(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas a partir de São Paulo, Brasil e gostou muito de todos que conheceu na Universidade Portucalense.