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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Conheça o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, o maravilhoso legado dos portugueses à cultura dos brasileiros

Por Rogerio Ruschel (*)
Meu caro leitor ou leitora, tenho muita alegria em apresentar a você uma das mais lindas bibliotecas do mundo que fica no Rio de Janeiro, tem mais de 170 anos e é um dos mais importantes legados portugueses aos brasileiros: o Real Gabinete Português de Leitura.
Fundado em 14 de Maio de 1837 por um grupo de 43 portugueses refugiados políticos no Brasil, na maioria comerciantes, o Gabinete Português de Leitura foi estabelecida no Rio de Janeiro para que os livros ajudassem a “iluminar o espirito” do jovem Império do Brasil, apenas 15 anos depois da Independência do país. Parecia uma boa idéia. E é, até hoje. Um exemplo disso é que a foto abaixo está exposta como um grande painel na empresa de auditoria PWC (PriceWaterhouseCoopers) em São Paulo, como um símbolo de informação de qualidade. E de fato é.
Hoje, aos 173 anos, localizado em pleno Corredor Cultural da Cidade Maravilhosa, é a mais antiga associação portuguesa no Brasil e se orgulha de ser uma das maiores bibliotecas da América Latina, uma das mais bonitas do mundo e foi a sede de outras instituições importantíssimas do Brasil como a Academia Brasileira de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
José Marcelino Rocha Cabral, advogado e jornalista, foi eleito primeiro presidente da instituição que funcionava inicialmente em um sobrado da Rua Direita (atual Primeiro de Março) e ocupou outras sedes até se instalar em 1887 na sede própria (foto acima) na antiga Rua da Lampadosa - que teve então seu nome mudado para Luís de Camões - e ganhou o titulo de Real no nome. O lançamento da pedra fundamental da sede definitiva, assistido por D.Pedro II, foi feito em 1880 durante a celebração dos 300 anos de Luis de Camões (abaixo, o busto de Camões).
O edifício, em estilo neomanuelino, foi projetado por Rafael da Silva e Castro inspirado em uma das alas do Mosteiro dos Jerônimos, de Lisboa. A inauguração em 1887 contou com a presença da Princesa Isabel e do Conde D´Eu. A fachada foi trabalhada por Germano José Salle em pedra de lioz em Lisboa e trazida de navio para o Brasil. As quatro estátuas que a adornam são de de Luís de Camões, Pedro Álvares Cabral, o Infante D.Henrique e Vasco da Gama e os nedalhões da fachada retratam  os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, o Real Gabinete Português de Leitura é deslumbrante por dentro, totalmente banhado pela luz natural vinda de uma clarabóia de vidro colorido (acima). No salão de leitura destacam-se o lustre monumental e as belas mesas de jacaranda e num dos cantos, pode-se ver um belo busto de Camões que parece estar de vigia do acervo que tem mais de 350 mil volumes.
No segundo pavimento, cujo acesso é feito por uma elegante escada de ferro e mármore, encontra-se a Sala dos Brasões (acima e abaixo), que funciona como auditório. A sala ganhou esse nome por ser ornamentada por 36 brasões das cidades portuguesas da época, incluindo as colônias – veja alguns deles na foto abaixo.
A entrada é grátis e os serviços de consulta e leitura podem ser feitos de segunda a sexta feira, das 9:00 hs às 18:00 hs. Aproveite para reviver cenas de alguns filmes porque o prédio foi utilizado como locação para telenovelas, especiais de televisão e filmes, entre os quais “O Primo Basílio” (1988), de Daniel Filho; “Os Maias” (2001), de Luiz Fernando Carvalho; “O Xangô de Baker Street” (2001), de Miguel Faria Jr. (que também teve locações na Livraria Lello de Porto) e “Mad Maria” (2005), de Ricardo Waddington. Abaixo, o corredor do terceiro andar.
Concordo com o que foi publicado por uma revista portuguesa: “Pelo seu prestígio nos meios intelectuais, pela beleza arquitectônica do edifício da sua sede, pela importância do acervo bibliográfico e ainda pelas atividades que desenvolve, o Real Gabinete Português de Leitura é, a todos os títulos, uma instituição notável e que muito dignifica Portugal no Brasil.” De fato, brindo ao bom gosto e tenacidade dos portugueses que nos legaram esta heranca maravilhosa.

Conheça também a Livraria Lello, na cidade do Porto, Portugal, que com 110 anos é tida como uma das bonitas do mundo e lembra muito o o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro. Acesse aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2016/01/em-porto-portugal-conheca-livraria.html

(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas a partir de São Paulo, Brasil, e gosta de bibliotecas e gabinetes de leitura em qualquer parte do mundo

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Enoturismo de primeira classe: Napa Valley, Califórnia, Estados Unidos, comemora os 40 anos do Julgamento de Paris com 40 eventos em vinícolas, hotéis e restaurantes


Por Rogerio Ruschel (*)

Como você sabe, meu prezado leitor ou leitora, o dia 24 de maio de 1976 entrou para a história da vitinicultura mundial por causa do “Paris Wine Tasting” ou “O Julgamento de Paris”, como é mais conhecido. Neste dia Steven Spurrier, um comerciante de vinhos da Inglaterra convidou juízes franceses para fazerem duas degustações às cegas em Paris; uma para avaliar vinhos Chardonnays de qualidade superior franceses e norte-americanos e outra para comparar vinhos tintos - vinhos de Bordeaux, da França contra vinhos Cabernet Sauvignon da Califórnia. Os jurados foram Aubert de Villaine, proprietário do Domaine la Románee–Conti, Odete Kahn, editora da Revista Le Revue du Vin de France, a critica Patricia Galacher e alguns sommeliers de restaurantes renomados da época (foto abaixo).

Na época os Estados Unidos era considerado um mercado produtor secundário de vinhos, em um contexto genérico de Novo Mundo – os grandes produtores premiados e elogiados eram os franceses. Pois é meu caro leitor ou leitora: mesmo com juízes franceses, o resultado surpreendeu a todos: os vinhos californianos ganharam dos franceses. O vencedor na primeira categoria foi o Chateau Montelena Chardonnay 1973 e entre os tintos, o californiano Stag’s Leap Wine Cellars venceu os Bordeaux com seu Cabernet Sauvignon. Veja abaixo os vinhos vencedores.

Só por curiosidade: a ordem dos vinhos foi entregue ao Sr. George M. Taber, que foi o único jornalista que aceitou cobrir o evento (na época Spurrier, convidou vários jornalistas para o evento, mas todos recusaram). Outra curiosidade: em 2006 Spurrier repetiu o desafio: uma degustação foi feita em Londres e na Califórnia simultaneamente e com os mesmos vinhos, com profissionais escolhidos de cada região, e para surpresa geral novamente a Califórnia venceu a competição. Na foto abaixo, uma cena do evento pintada pelo artista Gary Myatt.

Em comemoração ao 40º aniversário do Julgamento de Paris, a Visit Napa Valley organizou o Flavor Napa Valley, um grande conjunto de eventos do qual participam vinícolas, restaurantes e hotéis,. Entre os dias 16 e 20 de março  serão realizados 40 eventos que começam como um jantar sofisticadissimo no Silverado Resort & Spa (US$ 295.00 por pessoa), jantares e almoços em restaurantes com cardápios especiais, visitas especiais a vinícolas (entre as quais open-days no Chateau Montelena Winery, em Calistora, um dos grandes vencedores em Paris) e pacotes especiais em hotéis.  Para detalhes visite o site http://flavornapavalley.com/events/
O Filme “Julgamento de Paris” (Bottle Shock, no original em ingles – veja acima uma cena do mesmo) é do diretor Randall Miller. É um filme leve, divertido e livremente inspirado no histórico evento, é perfeito para assistir acompanhado de uma taça de vinho. Algum tempio atrás era fácil de encontrar na internet ou na Netflix.


Em 2014 Steven Spurrier organizou um confronto cego de espumantes brasileiros contra franceses, veja aqui: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/03/o-julgamento-de-sao-paulo-ibravin-traz.html

(*) Rogerio Ruschel é editor de In VIno Viajas a partir de São Paulo, Brasil, mas escreve para leitores de bom gosto que estão em 129 países 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Conheça seu signo no Zodíaco Chinês e descubra qual o tipo de vinho que melhor harmoniza com a sua personalidade


Por Rogerio Ruschel (*)

Meu caro leitor ou leitora, você pode achar os chineses exóticos, mas eles tem mais de 4.000 anos de cultura e são quase 1,4 bilhão de pessoas. A história deles sempre esteve relacionada com os céus; as enchentes e as secas eram previstas astronomicamente desde o ano de 300 A.C. e foram os chineses que dividiram o ano em exatamente 365 ¼ dias no ano de 444 AC. Então devemos respeitar os chineses. Uma das estranhezas deles (ou das coisas diferentes deles) é o Zodiaco Chines. Os 12 meses do ano estão relacionados a 12 animais que ganharam os meses de presente de Buda por terem participado de uma festa e se comprometido a fazer o bem. Cada animal reina por um ano, começando em torno do dia 18 de fevereiro. Por exemplo, de 08/02/2016 a 27/01/2017, periodo no qual estamos, é o Ano do Macaco.

Pois bem, de acordo com o zodíaco chinês, o ano em que você nasceu tem muito a ver com o tipo de pessoa que você é vai se tornar. E essas características únicas não são apenas relacionáveis com você, mas também com outras coisas que o cercam – como por exemplo, com vinhos específicos Então um site especializado da Espanha - http://vinepair.com - publicou o que seria o vinho ideal para cada animal do zodíaco chinês. Por exemplo, eu nasci em 1952 e meu signo Dragão, um animal excêntrico, e meu vinho ideal é o Laranja, um vinho excêntrico – será?  Na sequencia, veja seu signo pelo ano de nascimento equal o vinho que melhor harmoniza com você.

Rato: Como um rato você é rápido, inteligente e incrivelmente versátil, assim como o vinho Malbec; embora nascido na França, o Malbec encontrou sua verdadeira casa na Argentina, mostrando sua versatilidade e sua capacidade de surpreender e encantar, assim como você.

Boi/touro: bois são conhecidos por sua perseverança em face do longo sofrimento, e as uvas Riesling na América tem experimentado o mesmo. Embora seja festejado na Alemanha, o Riesling tem sido negligenciado em outros mercados, como os EUA pelos consumidores que o consideram muito doce - mas a cada ano continua a perseverar e provar que as pessoas estavam erradas.

Tigre: você é conhecido por sua liderança e confiança, semelhante ao dos grandes vinhos de Bordeaux. Estes famosos vinhos tintos lideram o caminho no mundo do vinho há décadas, e sua confiança em seu produto com certeza não está diminuindo.
Coelho: Amigável e modesto, você está lá quando alguém precisa de você, e você não pede muito em troca, assim como o vinho Pinot Grigio. É um vinho branco que é fácil de apreciar, mas não se sente a necessidade de ser exibido sobre ele.

Dragão: Os dragões são excêntrico e criativos, traços que são compartilhados pelo vinho laranja. As pessoas levam um pouco de tempo para se acostumar com as excentricidades de vinho laranja, mas quemn estiver disposto a experimentá-los, vai se apaixonar põe ele.

Cobra: Você é inteligente e organizado, capaz de lidar com várias coisas ao mesmo tempo, da mesma maneira que um Châteauneuf-du-Pape que equaliza 13 diferentes variedades de uvas para se transformar em um vinho muito exclusivo.
Cavalo: Cavalos são ambiciosos e forte, assim como Zinfandel, um vinho tinto de primeira qualidade que sempre foi conhecido como o verdadeiro rei da Califórnia. Muitas vezes o Zinfandel (ou Primitivo da Puglia) pode ser um pouco forte demais, com um teor de álcool superior ao que você gostaria, mas depois de domado é um dos melhores vinhos que se conhece

Cabra: Elegantes e de bom gosto, cabras compartilham muito em comum com o Borgonha, um vinho tinto gostoso e elegante. Considerado por alguns como o Santo Graal do vinho tinto, um Borgonha tem um ar de classe e sofisticação, assim como a cabra.

Macaco: Você é conhecido por suas características impertinentes de não seguir regras, o que ocorre com os produtores de Super Toscanos. Como eles são rebeldes por natureza, vinhos Super Toscanos podem quebrar todas as regras; mas, como o macacos sabe, às vezes você tem que quebrar as regras para obter os melhores resultados.

Galo: Você não é apenas o primeiro a levantar todos os dias, mas também é corajoso, confiante e um pouco extravagante. Alguns podem até dizer que você é efervescente, o que faz você ser a combinação perfeita para Champagne. Pois é: ninguém ignora uma taça deste vinho, assim como ninguém pode ignorá-lo.

Cachorro: Você é leal, diligente e adaptável, assim como um dos vinhos tintos favoritos do mundo, o Merlot. Feito com uma uva que cresce bem em quase todo o mundo, Merlot raramente deixa você na mão, especialmente quando você mais precisa dele.

Porco: O porco é sociável e otimista; você pode até dizer que para o porco, tudo está sempre bem, tipo assim, rosé – e esta característica é o que torna este vinho a harmonização perfeita para quem nascer no signo destas criaturas simpáticas. 

(*) Rogerio Ruschel edita In Vino Viajas em São Pasulo, Brasil, e bebe vinhos que harmonizam com ratos, porcos, cavalos, macacos, cachorros, galos – sem nenhum preconceito
  




terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A gastronomia de luto: o melhor chef do mundo se suicida por ter investido mais de 1 milhão de Euros na compra de vinhos e ser enganado


Por Rogerio Ruschel (*)

Meu caro leitor ou leitora, esta noticia chocou o mundo esta semana: o francês naturalizado suíço Benoit Violier, considerado o melhor chef do mundo, cometeu suicídio na semana passada (31/01/2016) e ontem uma revista suiça revelou que a causa pode ter sido perda de uma grande soma de dinheiro na compra de vinhos que nunca foram entregues. 

De acordo com a revista suiça Bilan, o super premiado chef de cuisinne teria investido entre entre 724.000 e 1,8 milhões de Euros na compra de vinhos exclusivos Bordeaux e Borgonha grands crus raríssimos comprados em um leilão, por cerca de 25.000 a 50.000 Euros cada garrafa, e os supostos fraudadores não entregaram o vinho.  Apesar disso, Violier não está entre as vítimas de fraude que processaram Sebastien Bonvin, o principal acionista da empresa de leilões Private Finance Partners SA e seus três sócios, estão sob investigação por "infrações contra o patrimônio" por promotores suiços. Abaixo, seu prato  Composition Maritime (homard et rouget)

Entre outros prêmios, o guia francês de restaurantes “Gault Millau” tinha denominado Benoît Violier como o "melhor chef do mundo" há três anos e o ranking francês “La Liste” publicado em dezembro de 2015 chamou seu restaurante “L'Hôtel de Ville”,  localizado em Crissier, perto do Lago de Genebra, Suíça, como "o melhor do mundo". Violier morava em Lausanne e estava com 44 anos. O Guia Michelin também já havia dado três estrelas - que é o máximo que pode ser concedido - ao L'Hôtel de Ville, e o guia Gault Millau deu 19 dos 20 pontos possíveis. Abaixo seu prato Composiccion Vert.

Violier estava ligado ao mundo do vinho; nasceu em uma família produtora de vinhos francês em 1971 em Saintes e teve seis irmãos. Segundo ele mesmo contou certa vez, descobriu cedo sua paixão por cozinhar e deu os primeiros passos com sua mãe, enquanto seu pai o introduziu nos segredos do vinho. O chef era casado e tinha um filho. Ele assumiu o restaurante L'Hôtel de Ville em 2012 com sua esposa, Brigitte. Abaixo o doce "Structure en equilibre".


(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas em São Paulo, Brasil, adora o Lago Genebra e vinhos mas não vai se suicidar por causa de uma garrafa de vinho.






sábado, 6 de fevereiro de 2016

O milagre da multiplicação das uvas: pesquisadores de Israel querem recriar o vinho da Santa Ceia de Jesus Cristo com os Apóstolos

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Por Rogerio Ruschel (*)
O vinho faz parte da liturgia cristã representando o sangue de Jesus Cristo – na verdade o próprio Cristo, na Ceia Pascal (ou Santa Ceia), que disse que “este é o meu sangue”. Mais do que isso, o vinho aparece frequentemente na Biblia Sagrada, as vezes como parte de uma festas e banquetes (como na imagem abaixo) e as vezes prejudicando as pessoas, como na história de Noé embriagado e nos tempos de Abraão, quando o vinho contribuiu para o incesto que resultou em gravi­dez das filhas de Ló. Na Biblia o vinho e pão são citados como o sustento essencial do corpo.  
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Segundo especialistas, as palavras encontradas nas Sagradas Escrituras que representam vinho são yayin e tirosh, termos do hebraico, utilizado para escrever quase todo o Antigo Testamento e oinos, termo grego, idioma usado predominantemente para escrever o Novo Testamento. “Yayin” é a palavra mais comum, um termo usado 141 vezes no Antigo Testamento e “tirosh” ocorre 38 vezes no Antigo Testamento se referindo ao produto não-fermentado da videira, algo como um suco de uvas.
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Se o vinho tinha esta importância cultural, histórica e religiosa, não seria interessante saber que tipo de vinho era bebido pelos antigos cristãos? Pois cientistas israelenses da Universidade de Ariel, na Cisjordânia, estão tentando recriar este vinho da época de Cristo, de 2.000 anos atrás. “É uma questão de orgulho nacional para Israel”, explicou ao jornal New York Times o Dr. Eliyashiv Drori, o enólogo que conduz a pesquisa, na foto abaixo protegendo uma videira.
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Para descobrir o sabor deste vinho, especialistas estão analisando uma série de sementes de uvas da época e traços em fragmentos de potes de barro utilizados para o armazenamento de vinhos, materiais encontrados em templos judeus antigos. No momento, com base em testes prévios já realizados foram identificados 120 tipos diferentes de uvas do antigo Israel. Desse total, em colaboração com vários produtores de vinho, os cientistas determinaram que 20 delas seriam adequadas para a produção de vinho.
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Agora eles trabalham sobre esses tipos de uvas para a obtenção de material genético das sementes e transferir isso para uma variedade de uva existente para conseguir uvas similares para então produzirem o vinho, o que ainda deve levar vários anos. De qualquer maneira sabe-se que em 2014 a empresa Recanati Winery anunciou a venda do primeiro vinho produzido comercialmente com cepas de Israel: 2.480 garrafas de vinho branco marawi feito com uvas jandali, cepa existente no ano 220 AC resgatada por pesquisas de arqueólogos e enólogos baseadas em referência feita no Talmude da Babilônia.
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Espero que consigam produzir um bom vinho – e mais do que isso, espero que resolvam a provável questão de disputa de propriedade sobre essas uvas que poderá ser travada com palestinos, porque os vinhos estão sendo feitos na Cisjordânia e nas Colinas do Golã. Quem sabe não é este o vinho que finalmente vai brindar a paz? 

(*) Rogerio Ruschel é editor de In Vino Viajas e acredita que o vinho produz o milagre de fazer novos amigos