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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Conheça a Rota do Vinho Empordà, na Costa Brava, Espanha, onde Salvador Dali buscava inspiração


Por Rogerio Ruschel (*)
A Espanha é um país riquíssimo na cultura do vinho: tem 73 DOs (Denominações de Origem) certificadas e centenas de Roteiros de Vinho, dos quais 23 são certificados para turismo pela Associação Espanhola de Cidades do vinho, (Acevin). Na foto acima, uma foto do maravilhoso litoral da Costa Brava e abaixo a cidade de Cadaqués, onde Salvador Dali relaxava e buscava inspiração.

O produto enoturístico mais recente a ser certificado foi a Rota do Vinho Empordá na Costa Brava, Espanha, que fica entre a Catalunha espanhola e a França e oferece um atrativo exclusivo: o triangulo dourado de Salvador Dali, como são chamados três prédios que mantém viva a memória sobre a obra do pintor catalão. Veja abaixo o páteo da Casa Museu Salvador Dali em Cadaqués e o mapa da região.

A Rota do Vinho Empordà foi criada para promover a DO Empordà que compreende 2.020 hectares de vinhedos nos municípios de Alt Empordà e Baix Empordà com 423 viticultores e 45 vinícolas registradas no Conselho Regulador, e uma produção anual estimada de cerca de 3,5 milhões de garrafas de vinho. As uvas permitidas para registro são as brancas Grenache Branca, Macabeu, Muscat, Muscat d'Alexandria, Chardonnay, Gewürztraminer, Malvasia, Piquepoul, Sauvignon Blanc e Xarel·lo; as uvas tintas são Carignan, Grenache, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Mourvèdre, Tempranillo, Syrah, Grenache e Hairy.

A Rota do Vinho Empordà foi criada em setembro de 2012 e reúne o Conselho Regulador da DO Empordà, os conselhos de 55 municipios, escritórios de turismo oficiais e 66 empresas enoturísticas (25 vinícolas, 10 hotéis, 11 restaurantes, duas butiques de vinho, um serviço de degustação, 7 empresas de negócios vitivinicolas, 4 museus, 2 spas de vinho, 3 serviços de reserva central e uma empresa de transportes.
Para receber a certificação, os responsáveis tiveram que investir em diversas áreas, tais como a consciência da comunidade para receber os turistas, formação, capacitação e profissionalismo, a implementação de sistemas de um sistema qualidade para não comprometer o enoturismo espanhol, a criação de um observatório do turismo para acompanhar o desempenho, design e desenvolvimento de um plano de marketing e comercialização, bem como a criação de materiais promocionais, entre outros.  O enoturismo se soma a outras atrações turísticas como as relacionadas a Salvador Dali e ao mar, como se pode ver na foto abaixo.

Além dos vinhos, gastronomia, praias e baías, paisagens e muito sol, a Rota do Vinho Empordà tem um atrativo exclusivo: o triângulo dourado de Dali, três das maiores heranças de Salvador Dali:
1. A Casa Museu Castell Gala Púbol, o castelo que Dali deu a sua companheira Gala, que mantém intacto o espírito de seu dono.
2. A Casa Museu Salvador Dali de Cadaqués, casa de praia onde vivia com Gala , que tem animais montados, decoração kitsch e todos os tipos de surpresas.
3. O Teatro Museu Dalí de Figueras, com uma cúpula metálico emblemático, edifícios adjacentes decorados com o estilo de Dali e jardins malucos (veja abaixo).

Aliás, Salvador Dali encontrava inspiração em Cadaqués para criar capas para revistas eróiticas como a imagem abaixo. Sobre vinhos, ele4 certra vez disse que " Quem sabe degustar um vinho, jamais voltará ao ato de apenas beber um vinho, pois passará experimentar seus suaves segredos."


Aqui no Brasil não existe nenhum Roteiro de Vinho com o formato internacional de organização independente com CNPJ próprio, associados contribuintes, plano de marketing e comunicação próprios, orçamento, programa de capacitação, equipe de gestão e controle de qualidade. Mesmo na serra gaúcha, onde se produz vinhos há mais de 150 anos, vários roteiros são chamados de Rotas do Vinho, mas o que existe mesmo são trechos de estradas, alguns com placas informativas colocadas por uma pessoa dedicada ou uma prefeitura mas sem nenhum tipo de controle ou manutenção.

Saiba mais sobre a Rota do Vinho Empordà -  www.rutadelvidoemporda.org
Saiba mais sobre roteiros de vinho oferecidos na serra gaúcha: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2013/11/segundo-salao-de-enoturismo-do-festuris.html
Saiba mais sobre um roteiro de turismo com formato internacional oferecido na serra gaúcha: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/10/rota-romantica-rio-grande-do-sul-brasil.html 
(*) Rogerio Ruschel é enófilo, jornalista e mora e trabalha em São Paulo, Brasil, de onde admira o trabalho de Salvador Dali e os vinhos da Catalunha

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Conheça os caminhos do vinho do Paraná, o quarto estado maior produtor de vinhos do Brasil


Por Rogerio Ruschel (*)

Talvez você não saiba, caro leitor, mas o Paraná é o quarto estado produtor de uvas e vinhos do Brasil. Eu não sabia, fui pesquisar e descobri que a vinicultura se iniciou a partir de 1557 com a fundação de Ciudad Real del Guayrá pelos padres jesuitas espanhóis - claro, como sempre em todo o mundo, para a produção de vinho para a missa. As uvas eram simples e vieram de Buenos Aires; essa fase terminou com a destruição das Missões Jesuiticas pelos bandeirantes portugueses. Veja acima o mapa do caminho turístico do vinho na Região Metropolitana de Curitiba, e abaixo o mapa vinícola do Estado do Paraná nos dias de hoje.

A vinicultura foi retomada em 1852 com a criação da Colonia do Superagui, no litoral paranaense, por colonos vindos especialmente da Suiça (Vevey) e França (Alsacia), mas também alemães e italianos que trouxeram uvas vitis viniferas

Segundo registros da época, no final da década de 1870 a Colônia contava com 6 cantinas. Veja abaixo uma ilustração dos vinhedos na Colonia do Superagui no século XIX  – hoje a ilha toda é uma reserva ecológica declarada Patrimonio da Humanidade pela Unesco em 1999.

Atualmente o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) identifica 21 grandes regiões produtoras de vinhos no Brasil, sendo tres delas no estado do Paraná. Conheça um pouquinho das caracteristicas destas regiões.

Região Metropolitana de Curitiba (RMC) - Concentrada nos municípios de Colombo, São José dos Pinhais e Campo Largo, a vitivinicultura na RMC tem origem na colonização italiana. A estrutura da produção mantém-se elaborando vinhos e sucos de uva que são comercializados localmente, com o apoio de um bem organizado programa de turismo ancorado na vitivinicultura e complementado pela gastronomia regional. Na Colônia Antônio Rebouças, Curitiba. foi construido um Monumento Histórico Comemorativo a Emigração Italiana – veja abaixo.

Oeste Paranaense - O Oeste Paranaense tem o seu centro na cidade de Toledo, onde se localiza a Vinicola Dezem, uma das mais qualificadas - veja na foto abaixo. Variedades de uvas tintas pouco exploradas em outras partes do Brasil, como Tempranillo, Sangiovese e Negro Amaro vem demonstrando ótima adaptação a esse novo terroir brasileiro.

Norte do Paraná - Nesta região, concentrada entre os municípios de Londrina, Marialva, Maringá, Rolândia e outros adjacentes, tradicionalmente predomina a produção de uvas finas de mesa, mas nos últimos anos tem se diversificado. No município de Maringá também são produzidos vinhos finos e vinhos de mesa, em pequena escala. O municipio de Marialva é responsável pela produção de quase 50% das uvas do Paraná, especialmente com a uva Rubi, homenageada em uma Festa da Uva e com a estátua de um grande cacho de uva na entrada na cidade – veja abaixo a uva e a estátua. Em Londrina está morando o apresentador da Rede Globo Galvão Bueno, produtor de vinhos de qualidade no Brasil (serra e campanha gaúchas, em parceria com a Miolo) e na Toscana. Será que ele vai investir no Paraná?

Mas a cidade de Bituruna, quase na divisa com Santa Catarina, se considera capital do vinho no Paraná e tambem fez um pórtico - digamos assim - criativo – veja abaixo.

Recentemente o Ministério do Turismo divulgou uma reportagem sobre a vitivinicultura na Região Metropolitana de Curitiba; veja a seguir alguns aspectos.
“Imagine-se percorrendo parreirais cultivados por descendentes de italianos e se esbaldando em restaurantes com comidas típicas, cafés coloniais e vinícolas familiares. Este é o cenário do Caminho do Vinho, um dos 23 roteiros selecionados pelo projeto Talentos do Brasil Rural, do Ministério do Turismo do Brasil.  

O roteiro Caminhos do Vinho começa em Colonia Mergulhão, São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (veja foto acima). Ainda compõem o passeio atrações como um museu do vinho, a venda de produtos coloniais, um pesque e pague e uma pista de velocross, para os turistas mais animados. O local do passeio fica a 5 km do Aeroporto Internacional Afonso Pena e a 26 km do Centro de Curitiba.Naz foto abaixo a casa historica João Bortolan, de Colonia Mergulhão.

O acesso pode ser feito pela entrada de São José dos Pinhais (Via Av. das Torres), BR-277 e BR-116 (contorno leste). Para circular pelo roteiro, se recomenda um veículo de passeio ou contratar um serviço de turismo receptivo. Os interessados podem comprar o passeio pela “Linha turismo” com partidas aos finais de semana (sábado as 13h30 e domingo as 11h) a partir do Shopping São José, no centro de São José dos Pinhais.
 
O roteiro e administrado pela Associação Caminho do Vinho – Colônia Mergulhão (ACAVIM). Entre as atrações estão vinícolas, restaurantes e outros serviços de turismo – veja abaixo. Vinícolas: Adega Bortolan, Cantina Della Mamma, Vinhos Dom Roberto Perbiche, Vinhos Don Gabriel, Vinhos Irmãos Juliatto, Vinhos do Italiano, Vinhos Laureanti, Vinhos Pissaia, Vinhos Vô Dide, Vinhos Vô Vito. Um pequeno museu, o Perbiche, tambem recebe turistas – veja abaixo.

Restaurantes: Bosque Italiano, Casa Laureanti, Don Gabriel, Dulce Restaurante, Frutos da Terra, Panela de Barro, Sol e Lua, Sitio Rio Pequeno, Vô João. Cafés coloniais: Casa Bela Café, Casarão Café Colonial, Dulce Café Colonial, Grimpa Verde Café colonial, Vanille Café Colonial. Nosa restaurantes , vinícolas e armazéns podem ser encontradas conservas e outros alimentos produzidos localmente, como as da foto abaixo.

Outras atrações são o Armazém do Mazza, Casa do Artesanato, Chácara e Pousada Bella Vite, Encantos do Jardim, Glória Doces e Salgados, Minhocário Martins, Pesk e Pague Beira Rio, Pesk e Pague do Cachimbo, Velocross, Vinhos Dom Roberto e Samuleria Mergulhão.”

Pois agora, meu prezado leitor, convido você para experimentar os vinhos do Paraná, sem preconceitos. Um brinde a eles, tim-tim!
 
Site do Caminho do Vinho da RMC -  http://www.caminhodovinho.tur.br/

(*)  Rogerio Ruschel é consultor em sustentabilidade socioambiental e jornalista e adoraria conhecer os vinhos do Paraná - desde que encontrasse para comprar ou recebesse do produtor




sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Microvinhas: curso inovador na Espanha sobre vinicultura sustentável e de alta qualidade em minifúndios tem participação de especialista brasileiro


 
Desenvolvimento rural saudável com produção de uvas e vinhos em minifúndios com sustentabilidade territorial, ambiental, cultural, social e econômica. Este é o foco do “II CURSO MICROVIÑA - Una herramienta para el Ecosistema Empresarial Rural”, (fotos abaixo) que será realizado em parceria pela Universidade de Alicante e pela Associação ELVIART (uma ONG dedicada a preservação do ecossistema mediterrâneo, a cultura, a literatura e a arte regionais) entre os dias 7 e 15 de Novembro. Um dos professores será o editor deste blogue In Vino Viajas, jornalista Rogerio Ruschel, também consultor especializado em marketing e comunicação para a sustentabilidade socioambiental (na foto acima), que participará como palestrante internacional convidado no dia 8 de novembro.

Com aulas em salas e no campo (em vinhedos de Muro de Alcoy que praticam os conceitos), os alunos irão aprender que o agricultor deve receber um preço justo pelo seu trabalho; que as uvas (como qualquer produto alimentar) deve ser obtida através da aplicação de boas práticas agrícolas, utilizando-se preferencialmente  as variedades locais e respeitando o meio ambiente; que qualquer empresa tem de cooperar com o meio ambiente e promover a cultura local e que a educação é um pré-requisito para o desenvolvimento com sustentabilidade territorial. O gráfico abaixo resume a proposta do Projeto Microviñas.



O programa propõe mudanças em uma série de paradigmas estabelecidos que já demonstraram ser modelos superados de ação não-sustentável. Nos sete blocos do curso serão abordadas questões como a economia do bem comum; novas alianças estratégicas como ferramentas que aumentam o valor social em pequenas propriedades; modelos de negócios com benefícios para todos os envolvidos (win-win business); legislação para a administração de pequenas empresas e planos de negócios de pequeno porte; conteúdos de biodiversidade aplicada a produtores rurais; e habilidades e conhecimentos para obter a excelência e rentabilidade em áreas de pequenos agricultores, consideradas minifúndios. Na foto abaixo a utilização de biomassa entre as vinhas como recurso orgânico produtivo.
Um dos blocos vai mostrar na prática (nos vinhedos e na adega) as experiências relacionadas ao projeto Microviñas, tido como um novo modelo de produção sustentável em áreas de minifúndio e que vem conquistando prêmios e elogios no mundo todo. O projeto Microvinhas é uma iniciativa surgida em Muro de Alcoy, um pequeno vilarejo da Comarca de Comtat, Provincia de Alicante, Comunidade Valenciana - uma região montanhosa, seca e abandonada da Espanha – e se transformou em uma demonstração de que é possivel produzir vinhos com pontuação de primeira classe e com valores ecológica e socialmente superiores, em áreas minúsculas, a partir de vinhedos antigos abandonados e recuperados. Saiba mais em: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/05/microvinya-revolucao-dos-minifundios.html


(A foto acima é de autoria de Pilar Higuero, conhecida produtora de vinhos sustentáveis da Espanha). O curso é dedicado a trabalhadores da área de viticultura e vinicultura, profissionais liberais, investidores, especialistas em agricultura, produtores de vinho e uva, e as atividades serão  realizadas no Campus Cocentaina da Universidade de Valência, no Ágora Centro de Alcoy e nas do instalações Celler La Muntanya (gestor do projeto Microviñas) em Muro de Alcoy.

Os professores são especialistas de renome na Europa e o programa será coordenado por José Luis e Juan Cascant Vicent, um dos criadores do projeto Microvinhas. O editor de In Vino Viajas, jornalista Rogerio Ruschel (na foto acima, examinando uma videira na Borgonha), participará como palestrante internacional convidado no dia 8 de novembro, sobre “Percepción del valor del minifundio desde el exterior”. Rogerio Ruschel é também consultor especializado em marketing e comunicação para a sustentabilidade socioamiental (com clientes como Walmart, Volkswagen, Vale, Bradesco, Gerdau, Votorantim, WWF e Bayer – veja http://www.ruscheleassociados.com.br/ ) e foi professor por mais de 20 anos em cursos de gradução na Pontificia Universidade Católica de Porto Alegre e de pós-graduação na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo.

Em seus artigos e apresentações Rogerio Ruschel lembra como exemplos de minifundios altamente lucrativos, vinhedos da Borgonha - como os Romanée-Conti, que produz um Grand Cru caríssimo, em uma área total de 1,8 hectares, desde o século XV - e em Portugal, especialmente no Douro. Outros exemplos de minifundios lucrativos estão na Italia, Toscana, Chianti e Piemonte, mas especialmente na região de Montalcino, onde o narrador esportivo brasileiro Galvão Bueno tem parceria com o enólogo Roberto Cipresso para produzir vinhos brunello. Na serra gaúcha, segundo pesquisa da Universidade de Caxias do Sul e Ibravin, os produtores tem propriedades com até 2 hectares, em média. O mundo do vinho está repleto de exemplos de pequenas propriedades com pequena produção, alta reputação e provavelmente excelente margem de lucro. 

Veja a seguir a entrevista que Rogerio Ruschel deu sobre o assunto para Vinetur (foto acima), o mais importante portal espanhol sobre vinhos.



“Rogerio Ruschel: “El proyecto Microviña es perfectamente exportable a Brasil


En Brasil todavía se asocia el minifundio con tierras con muy poco valor productivo y cultivadas por agricultores con pocos recursos económicos. Por ello, Rogerio Ruschel, periodista internacional y experto brasileño en markéting ecológico, considera muy positivo que proyectos como el de Microviña se exportasen a Brasil porque supondría generar riqueza. Rogerio Ruschel dictará su ponencia a través de videoconferencia el próximo 8 de noviembre dentro del II Curso Microvinya organizado por la Universidad de Alicante.
 
¿Qué percepción se tiene del minifundio en Brasil?
 La realidad entre España y Brasil es muy diferente. Brasil es prácticamente un continente. Su extensión es dieciséis veces España.  La extensión cultivada en Brasil, con datos de 2012 es de 68 millones de hectáreas y el valor de lo que se produce es de 67 billones de euros. El modelo brasileño de agricultura, históricamente, se ha orientado para la producción y exportación de productos como la soja, naranja, café y caña de azúcar. Hace muy poco tiempo que el gobierno brasileño ha empezado a otorgar ayudas para incentivar a los pequeños productores. A destacar las iniciativas del presidente Lula a partir de 2003 y que tenían como objetivo paliar el hambre de una parte de la población.
 Lo que quiero decir con esta introducción es que en Brasil el minifundio se asocia con personas pobres y con tierras con muy poco valor productivo. Es el gobierno quien compra los productos producidos en los minifundios para repartirlos entre los colectivos necesitados.
Por lo que respecta al vino, en 2013, la producción vitivinícola se distribuía en 84 mil hectáreas cultivada por unas 1150 empresas en seis regiones del país. La gran mayoría de los productores tienen extensiones de unas 2 hectáreas. Pero las nuevas inversiones las están realizando compañías internacionales, sobre todo en la región de Campaña, cercana a la frontera con Argentina y Uruguay. 

¿Existen experiencias similares al proyecto Microviña en Brasil? 
La industria del vino en Brasil es muy pequeña. Con datos de 2012 podemos decir que la producción de vinos en España multiplica por diez la de Brasil y me atrevo a decir que cuando tengamos los datos de 2013 la diferencia será de once. No tenemos experiencias similares al proyecto Microviña. Lo que tenemos son algunas familias que transmiten sus conocimientos de padres a hijos en pequeñas áreas pero que todavía no tienen ni los conocimientos ni la formación suficiente para competir en el mercado. Sí que hemos podido comprobar en los últimos cinco años que está surgiendo una nueva generación que está interesada en producir vinos, pero no tenemos resultados todavía, no los podemos evaluar. 

¿Puede ser el proyecto Microviña exportable a Brasil? 
Si. Yo creo que el concepto es perfectamente exportable a Brasil, pero tiene que ser adaptado a su entorno, a las políticas y al mercado. Y pienso que también sería posible hacer que profesionales de clase media como médicos, ingenieros o pequeños emprendedores se interesaran por llevar adelante proyectos como el de Microviña. Además, en Brasil hay clase media de origen español. 

¿Qué es lo que más le ha llamado la atención del proyecto Microviña? 
Microviña es un proyecto cien por cien completo en términos de sostenibilidad socioambiental. Para mí es la principal calidad: conseguir un equilibrio de conjunto. Microviña es una demostración de que es posible producir vinos con mucha calidad, con puntuaciones por parte de los expertos muy elevadas y con unos valores ecológicos y sociales superiores en áreas pequeñas a partir de viñedos antiguos abandonados y que han sido recuperados. 

¿Puede el minifundio ser generador de riqueza? 
Por supuesto que sí. De hecho ya lo está haciendo. Está generando riqueza social, ambiental y, por supuesto, económica.


  
Informações sobre o curso: https://www.facebook.com/events/719334104779145/